segunda-feira, 2 de março de 2020


20 TRANSTORNOS MENTAIS




O que é um transtorno mental?

Os transtornos mentais (psiquiátricos ou psicológicos) incluem as alterações de pensamento, emoções e/ou comportamento. Pequenas alterações nesses aspectos da vida são comuns, mas quando essas alterações causam angústia significativa à pessoa e/ou interferem na sua vida cotidiana, elas são consideradas uma doença mental ou um transtorno de saúde mental. Os efeitos de uma doença mental podem ser duradouros ou temporários.

Quais são os principais transtornos mentais?


1. Ansiedade:

O que éOs transtornos de ansiedade são muito comuns, presentes em cerca de 1 a cada 4 pessoas que vão ao médico. Eles são caracterizados por uma sensação de desconforto, tensão, medo ou mau pressentimento, que são muito desagradáveis e costumam ser provocados pela antecipação de um perigo ou algo desconhecido. Os “sintomas” são muito prejudiciais tanto por afetar a vida social e emocional da pessoa, como por provocar sintomas desconfortáveis, como palpitação, suor frio, tremores, falta de ar, sensação de sufocamento, formigamentos ou calafrios, por exemplo, e pelo maior risco de desenvolver depressão ou vícios pelo álcool e medicamentos.

O que se pode fazer: é recomendada a realização de psicoterapia com o psicólogo, além de acompanhamento com o psiquiatra que, em alguns casos, poderá indicar o uso de remédios que aliviam os sintomas, como antidepressivos ou ansiolíticos.

2. Depressão:

O que é: A depressão é definida como o estado de humor deprimido que persiste por mais de duas semanas, com tristeza e perda do interesse ou do prazer nas atividades, podendo ser acompanhada de sinais e sintomas como irritabilidade, insônia ou excesso de sono, apatia, emagrecimento ou ganho de peso, falta de energia ou dificuldade para se concentrar, por exemplo.


O que se pode fazer: O tratamento mais usado é ainda o farmacológico, com recurso a medicamentos que atuam exclusivamente nos sintomas de Depressão. No entanto, a medicação nem sempre resulta e os efeitos secundários provocados são muito negativos. A toma regular destes fármacos altera o pensamento e a capacidade de raciocínio.
Deve-se, portanto, trabalhar nas causas da Depressão, e não nos sintomas, sendo a Psicoterapia o caminho mais indicado para as pessoas que sofrem desta perturbação.




O que é: A esquizofrenia é o principal transtorno psicótico, caracterizado como uma síndrome que provoca distúrbios da linguagem, pensamento, percepção, atividade social, afeto e vontade. É mais comum em jovens, no final da adolescência, apesar de poder surgir ao longo de outras idades, e alguns dos sinais e sintomas mais comuns são alucinações, alterações do comportamento, delírios, pensamento desorganizado, alterações do movimento ou afeto superficial, por exemplo.
Apesar de não se saber exatamente a causa da esquizofrenia, sabe-se que está relacionada a alterações genéticas que provocam defeitos nos sistemas neurotransmissores do cérebro, e que pode ser hereditária.

O que se pode fazer: é necessário o acompanhamento psiquiátrico, que indicará o uso de medicamentos antipsicóticos, como Risperidona, Quetiapina, Clozapina e Olanzapina, por exemplo. Além disso, é fundamental a orientação à família e o seguimento com outros profissionais da área de saúde, como psicologia, terapia ocupacional e nutrição, por exemplo, para que o tratamento seja completamente eficaz.


4. Transtorno Obsessivo-Compulsivo


O que é: O transtorno obsessivo-compulsivo é caracterizado por obsessões, compulsões, ou ambas. As obsessões são ideias, imagens ou impulsos recorrentes, persistentes, indesejados, que provocam ansiedade e são intrusivos. As compulsões (também conhecidas como rituais) são determinadas ações ou atos mentais que a pessoa se sente impelida a praticar para tentar diminuir ou evitar a ansiedade causada pelas obsessões. As obsessões normalmente envolvem pensamentos de dano, risco ou perigo. As obsessões comuns incluem: Preocupação com contaminação (por exemplo, supor que tocar em maçanetas provocará alguma doença); Dúvidas (por exemplo, supor que a porta da frente não foi trancada) e preocupação com objetos que não estão perfeitamente alinhados ou uniformes.

O que se pode fazer: o tratamento para transtorno obsessivo-compulsivo é orientado pelo psiquiatra, com a ingestão de remédios antidepressivos, como Clomipramina, Paroxetina, Fluoxetina ou Sertralina, sendo também recomendado fazer terapia cognitivo-comportamental.


5. Estresse pós-traumático

O que é: O transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) consiste de reações disfuncionais intensas e desagradáveis que têm início após um evento extremamente traumático.

O que se pode fazer: o tratamento é feito com psicoterapia, onde o psicólogo procura ajudar a perceber quais são os eventos que estão provocando os medos involuntários e como podem liberar as memórias traumáticas desses eventos. Por exemplo, no caso de alguém que foi vítima de um assalto em um banco, a psicoterapia pode permitir que a percepção do evento seja alterada. Assim, a pessoa começa a perceber que o medo irracional que sente de que sempre vai ser assaltada quando entrar num banco, não é real. No entanto, em alguns casos, pode também ser necessário recorrer ao psiquiatra para que seja indicado  o uso de medicamentos, como antidepressivos ou ansiolíticos para aliviar os sintomas.


6. Transtornos alimentares

 O que é: Os transtornos alimentares envolvem uma perturbação da alimentação ou do comportamento relacionado à alimentação, que costumam incluir alterações dos alimentos ou da quantidade consumida pela pessoa. Medidas que as pessoas adotam para evitar que os alimentos sejam absorvidos (por exemplo, autoinduzindo o vômito ou tomando laxantes). Para que um comportamento alimentar incomum seja considerado um transtorno, o comportamento precisa continuar por um determinado período e causar prejuízo significativo à saúde física da pessoa e/ou à capacidade de desempenhar funções na escola ou no trabalho ou afetar negativamente as interações da pessoa com outros.
                                                                                    
Os transtornos alimentares incluem:

Anorexia nervosa;
Transtorno alimentar restritivo evitativo;
Transtorno da a compulsão alimentar periódica;
Bulimia nervosa;
Pica;
Transtorno da ruminação.

O que se pode fazer: não existe um tratamento simples para curar os transtornos alimentares, sendo necessário o tratamento psiquiátrico, psicológico e nutricional, e os medicamentos costumam ser indicados somente em casos de doenças associadas, como ansiedade ou depressão. Grupos de apoio e aconselhamento podem ser boas formas de complementar o tratamento e obter bons resultados.


7. Somatização


Na maioria dos casos, as pessoas com transtorno de somatização apresentam ansiedade e alterações do humor, além de poderem apresentar impulsividade. Quando além de sentir a pessoa chega a simular ou provocar intencionalmente sintomas, a doença passa a ser chamada de transtorno factício.

O que se pode fazer: é necessário um acompanhamento psiquiátrico e psicológico, de forma que a pessoa consiga amenizar os sintomas. Remédios como antidepressivos ou ansiolíticos podem ser necessários em alguns casos



8. Transtorno de bipolaridade

O que é: Caracteriza-se por episódios de mania e depressão que podem se alternar, embora a maioria dos pacientes tenha predominância de um ou do outro. A causa exata é desconhecida, mas hereditariedade, mudanças nos níveis cerebrais de neurotransmissores e fatores psicossociais podem estar envolvidos. O diagnóstico baseia-se na história. O tratamento consiste em fármacos estabilizadores do humor, algumas vezes, com psicoterapia.

O que se pode fazer: o tratamento costuma ser feito com medicamentos estabilizadores do humor, como carbonato de lítio, que deve ser recomendado pelo psiquiatra.


9. Disfunção sexual

O que é: A disfunção sexual pode ser resultante de fatores físicos ou psicológicos. Muitos problemas sexuais resultam de uma combinação de fatores físicos e psicológicos. Um problema físico pode levar a problemas psicológicos (tais como ansiedade, depressão ou estresse), que por sua vez pode agravar o problema físico. Às vezes, os homens pressionam-se a si mesmos ou se sentem pressionados pela parceira para ter um bom desempenho sexual e ficam angustiados quando não conseguem (ansiedade de desempenho). A ansiedade de desempenho pode causar problemas e piorar ainda mais a capacidade do homem de desfrutar das relações sexuais.

O que se pode fazer: existem diversos medicamentos, de natureza hormonal ou outra, que podem ser úteis.
Em alguns casos de disfunção eréctil, pode estar indicada uma ajuda mecânica (implantes penianos ou sistemas de vácuo) e, no caso da mulher, existem dilatadores que podem ser úteis em casos de estreitamento do canal vaginal.
A terapia sexual, o suporte psicológico, as abordagens comportamentais, a psicoterapia são outras opções. Tudo dependerá da natureza da disfunção sexual.
O essencial é reconhecer e aceitar a sua presença e, desse modo, será sempre mais fácil identificar as causas e corrigi-las.
Uma boa informação e capacidade de comunicação são cruciais na abordagem da disfunção sexual e, só por si, podem resultar inúmeras situações.



10. Narcolepsia

O que é: A narcolepsia é um distúrbio do sono caracterizado pela sonolência excessiva durante o dia ou episódios recorrentes e incontroláveis ​​de sono durante as horas normais acordado, além de episódios súbitos de fraqueza muscular (cataplexia). Às vezes também podem ocorrer, a paralisia do sono, sonhos vívidos e alucinações ao adormecer ou acordar do sono.

O que se pode fazer: Não há cura para a narcolepsia. No entanto, para muitas pessoas, o tratamento contínuo resulta em uma vida normal. As pessoas também devem tentar dormir o suficiente durante a noite e tirar breves cochilos (menos de 30 minutos), no mesmo horário todos os dias (geralmente à tarde). Se os sintomas forem leves, essas medidas podem ser suficientes. Para outros, os medicamentos que ajudam a manter as pessoas acordadas, como a modafinila (ou às vezes a armodafinila, a dextroanfetamina ou o metilfenidato), são utilizados ​​para ajudar a reduzir a sonolência. A dose desses medicamentos pode precisar ser ajustada para impedir que ocorram efeitos colaterais, como tremores, hiperatividade, náusea, cefaleia ou perda de peso.


11. Cleptomania

O que é: O impulso de roubar, também conhecido como cleptomania ou furto compulsivo, é uma doença psiquiátrica que leva ao furto frequente de objetos de lojas ou de amigos e familiares, devido a um impulso incontrolável de possuir algo que não é seu.

O que se pode fazer: Para controlar o impulso de roubar normalmente é aconselhado consultar um psicólogo, para tentar identificar o problema e iniciar psicoterapia. Porém, pode também ser aconselhada pelo psicólogo a consulta de psiquiatra, já que existem medicamentos que também podem ajudar a controlar a vontade de roubar. Alguns desses remédios incluem antidepressivos, anticonvulsivantes ou remédios para a ansiedade.


12. Transtorno dissociativo


Assim, a pessoa com este transtorno pode vivenciar diferentes tipos de sinais e sintomas de origem psicológica, que surgem de forma isolada ou em conjunto, sem que haja qualquer doença física que justifique o caso.

O que se pode fazer: A principal forma de tratamento do transtorno dissociativo é a realização de psicoterapia, com um psicólogo, para ajudar o paciente a desenvolver estratégias para lidar com o estresse. As sessões são mantidas até que o psicólogo ache que o paciente é capaz de gerir as suas emoções e relações de forma segura.


13. Alzheimer



O que se pode fazer: O diagnóstico do Alzheimer é feito por meio da avaliação dos sintomas apresentados pelo paciente e história clínica e da família. Além disso, o neurologista pode solicitar exames que permitem identificar alterações cerebrais, além de análise do líquido cefalorraquidiano para verificar o acúmulo de proteínas beta-amiloide que ocorre no Alzheimer.
É recomendada também a realização de testes de raciocínio, que devem ser feitos pelo neurologista ou geriatra, com o objetivo de verificar o comprometimento cerebral.



14. Demência vascular

O que é: A demência vascular é o segundo tipo de demência mais frequente, ficando atrás apenas do Alzheimer, e acontece quando o suprimento sanguíneo do cérebro é prejudicado devido a problemas cerebrovasculares ou cardiovasculares, resultando em alterações cerebrais e, consequentemente, na demência. Por esse motivo, a principal causa deste tipo de demência é o AVC.

O que se pode fazer: O diagnóstico da demência vascular é feito por meio de exames neurológicos de imagem, como a ressonância magnética e a tomografia computadorizada, em que são verificadas alterações cerebrais decorrente da diminuição do suprimento sanguíneo para o cérebro.


15. Parkinson

O que é: A demência por Parkinson surge á medida que a doença de Parkinson piora, sendo uma consequência das alterações que ocorrem a nível cerebral, pois há alterações relacionadas com a cognição e comportamento da pessoa. É mais comum acontecer em pessoas a partir dos 50 anos e sua causa ainda não é muito bem estabelecida, no entanto sabe-se que há desgaste de regiões do cérebro responsáveis pela produção de neurotransmissores.

O que se pode fazer: O diagnóstico do mal de Parkinson é feito pelo neurologista por meio dos sinais e sintomas apresentados pelo paciente e de exames de imagem, como ressonância magnética e tomografia computadorizada do crânio, por exemplo. Além disso, podem ser solicitados exames de sangue que possam excluir outras hipóteses diagnósticas.


16. Senil



O que se pode fazer: O diagnóstico desse tipo de demência é feito por meio de exames laboratoriais, para excluir outras doenças, e exames de imagem, como tomografia computadorizada do crânio e ressonância magnética, por exemplo, para avaliar o funcionamento cerebral. Além disso, o diagnóstico deve ser feito baseado na história clínica completa do paciente e de testes para avaliar a memória e o estado mental, além do grau de atenção, concentração e comunicação.


17. Frontotemporal

O que é: A demência frontotemporal ou DFT é um tipo de demência caracterizada pela atrofia e perda de células nervosas de um ou ambos os lobos frontais e temporais do cérebro. Os lobos frontais são responsáveis pela regulação do humor e comportamento, enquanto que os lobos temporais estão relacionados com a visão e a fala. Assim, dependendo do local em que há degeneração cerebral, os sintomas podem variar.

O que se pode fazer: A DFT é diagnosticada por meio de avaliação psiquiátrica, em que são verificadas as alterações comportamentais e relacionada à percepção social. Além disso, podem ser solicitados alguns exames, como imagiologia cerebral e eletroencefalograma.


18. Demência com corpos de Lexy

O que é: A demência com corpos de Lewy corresponde ao comprometimento de regiões específicas do cérebro devido à presença de estruturas proteicas, conhecidas como corpos de Lewy, que se desenvolvem dentro das células cerebrais e provocam sua degeneração e morte, resultando na demência. Esse tipo de demência é mais comum em pessoas acima dos 60 anos e pode acontecer simultaneamente com a Doença de Alzheimer, por exemplo.

O que se pode fazer: O diagnóstico da demência com corpos de Lewy deve ser feito por um neurologista por meio da avaliação dos sintomas, história clínica do paciente e da família e exames de imagem, como a tomografia computadorizada ou a ressonância magnética, com o objetivo de identificar degeneração em algumas partes do cérebro.


19. Borderline

O que é: A Síndrome de Borderline, também chamada de transtorno de personalidade limítrofe, é caracterizada pelas mudanças súbitas de humor, medo de ser abandonado pelos amigos e comportamentos impulsivos, como gastar dinheiro descontroladamente ou comer compulsivamente, por exemplo.
Geralmente, as pessoas com Síndrome de Borderline têm momentos em que estão estáveis, que alternam com surtos psicóticos, manifestando comportamentos descontrolados. Esses sintomas começam a se manifestar na adolescência e se tornam mais frequentes no início da vida adulta.

O que se pode fazer: O diagnóstico deste transtorno é feito através da descrição do comportamento relatado pelo paciente e observadas por um psicólogo ou psiquiatra.
Além disso, é importante fazer exames fisiológicos, como hemograma e sorologia, para a exclusão de outras doenças, pois as suas características são semelhantes a outras doenças, como depressão ou esquizofrenia, por exemplo.


20. Narcisista

O que é: O narcisismo é uma condição psicológica caracterizada pelo amor excessivo por si próprio ou por sua própria imagem, necessidade de atenção e vontade de controlar os outros. Essa condição pode ser normal em crianças de até dois anos, por exemplo, no entanto começa a ser preocupante quando pessoas mais velhas apresentam essas características, o que recebe o nome de transtorno da personalidade narcisista.
A pessoa narcisista normalmente desvaloriza o outro para que se sinta bem, o que dificulta as relações normais do dia-a-dia. Apesar disso a autoconfiança e a autoestima dos narcisistas, quando não são excessivas, podem servir de estímulo para outras pessoas e inspirar confiança.

O que se pode fazer: é importante que haja acompanhamento psicológico ou psiquiátrico, a depender das características manifestadas.
As pessoas que convivem diariamente com narcisistas também devem ter acompanhamento psicológico, pois a desvalorização da sua personalidade pode ser tanta que pode desencadear um quadro de depressão.